SOBRE REGRAS E LIMITES

A infância caracteriza-se pelo desenvolvimento físico e mental, através de uma combinação entre herança genética, condições do meio-ambiente e educação. As modificações fazem parte do desenvolvimento, o que será harmonioso quando a criança encontrar AMOR e ACEITAÇÃO DAS NECESSIDADES PRÓPRIAS DA INFÂNCIA. A família assume um papel fundamental na sociedade, sendo responsável por educar as novas gerações de acordo com padrões dominantes de valores e condutas. É na família que ocorrem os primeiros aprendizados dos hábitos e costumes da cultura. Exemplo: o aprendizado da língua, essencial para que a criança se aproprie do mundo a sua volta. É ali, na família, que se concretiza o direito aos cuidados essenciais para seu crescimento físico, psíquico e social. Pesquisas apontam que o envolvimento dos pais na educação dos filhos tem sido reconhecido, também, como amplificador no seu desenvolvimento social, emocional e na competência acadêmica das crianças. As atitudes educativas que os pais podem ou devem apresentar na interação com os filhos é bastante ampla e variada, permeando entre manter o diálogo com os filhos, fazer perguntas, expressar sentimentos e opiniões, colocar limites, cumprir promessas, concordar com o cônjuge sobre formas de educação dos filhos e reagir a comportamentos adequados ou inadequados. Quando é possível verificar a existência satisfatória deste conjunto de normas nos pais, observa-se, também, um melhor ajustamento social e saúde psicológica da criança. Alguns pais temem, ou não conseguem, ou não sabem o modo adequado e, também, a importância de se estabelecer as regras e limites na educação das crianças. Primeiramente, é necessário definir quais os limites a serem estabelecidos, os quais variam de acordo com cada família, com a idade da criança e com o seu desenvolvimento. Uma vez que esses limites foram estabelecidos (horário de dormir, das refeições, dos estudos, etc.), é importante explicitá-los antecipadamente por meio de uma conversa, deixando claras as conseqüências ao descumpri-los. Qualquer limite deve ser o mais claro possível. É importante que o adulto aja com consistência, pois a criança reconhece quando um não pode ser um talvez e, nesse caso, não irá cumprir o que foi estipulado. Pais inseguros em suas decisões geram crianças que testam suas possibilidades, em função dos próprios desejos, os quais nem sempre são os mais favoráveis em determinadas situações. As crianças não ficam infelizes ou “traumatizadas”, como alguns pais podem pensar ao se impor regras e limites. Pelo contrário, se sentem mais seguras. Pais que não toleram a frustração momentânea do filho (exemplo: chorar e/ou gritar ao não poder comer “aquele” doce antes das refeições), ensinam que deve obter tudo o que se deseja a qualquer custo que todo sofrimento é intolerável. As perdas sempre parecerão maiores do que realmente são. Um limite não deve ser quebrado porque a criança teve alguma reação negativa, é função do adulto manter o combinado, anteriormente. É importante prover conseqüências positivas ao que foi cumprido. A criança deve ser incentivada a cumprir acordos com elogios, atenção e afeto a adequação de seu comportamento no respeito aos limites. Salienta-se que os pais devem ser um modelo de comportamento para os filhos, devendo cair por terra o ditado: “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Muitos pais pressupõem para o filho a mesma educação que tiveram. Assim, invalidam o modo de pensar da criança. A falta de convívio familiar, como conseqüência da correria do dia-a-dia, faz com que muitos pais procurem compensar a mesma atendendo todas as vontades do filho, o que está errado, pois é preciso mostrar que existem regras a serem cumpridas. Estabelecer uma rotina transmite senso de organização e respeito. A mãe pode e deve impor limites, sem confundir autoridade com autoritarismo. E a melhor forma de falar isso é falar não. A palavra “não”, ao contrário do que muitos pais acham, é favorável ao desenvolvimento adequado, saudável e satisfatório. Pois, a sua ausência pode trazer sérios problemas ao relacionamento de pais e filhos, baixa tolerância à frustração e a infelicidade pessoal. Além de abrir portas ao envolvimento com drogas e outros comportamentos infratores.
Vanessa S. O. Dangió
Psicóloga

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